O bebê está sentado! E agora?!
- 20 de mai. de 2024
- 3 min de leitura
Quando o bebê está sentado dentro da barriga da mãe, dizemos que ele está pélvico. Muitas vezes essa condição leva a gestante a marcar a cesárea sem ao menos se informar de outras opções. Às vezes, anomalias uterinas, pelves muito pequenas, miomas, podem levar o bebê a ficar pélvico.
Incidências:
· Com 36 semanas: 60% dos bebês viram de pélvico para cefálico
· Com 38 semanas: 15% viram com a manobra cefálica externa (VCE), sendo que 50% obtém resultado satisfatório
A VCE é realizada somente por alguns obstetras, e deve ser realizada com 38 semanas gestacionais, pois o risco dessa manobra é entrar em trabalho de parto. A manobra consiste em virar o bebê da posição pélvica para a cefálica. Pode ou não ser realizada com anestesia em ambiente hospitalar.
O parto pélvico no Canadá e na Alemanha é permitido com obstetra experiente e consideram muito melhor do que fazer a cirurgia cesárea. No Brasil, poucos médicos acompanham o parto pélvico, mesmo porque eles não são capacitados durante a faculdade para fazê-lo e o que fica, muitas vezes, são traumas desse tipo de parto que chega ao pronto socorro nascendo sem assistência, sem nem saber que o bebê era pélvico no caso de mães que não realizam nenhum exame de pré natal.
Precisamos partir do princípio que se o bebê consegue nascer naturalmente sem intervenção médica no parto pélvico, significa que ele é somente uma variação do normal, e não uma patologia como os médicos gostam de considerar.
O primeiro livro impresso de obstetrícia em 1550, séc. XVI, já existiam figuras de parto pélvico. Nos partos cefálicos, as mulheres nos livros estão na posição quase vertical, e a cama vazia.
Normalmente nesse tipo de parto precisa ter anestesia e um médico experiente por perto, e, nunca realizar a episiotomia. Na Alemanha, 1/3 das mulheres pedem analgesia para partos pélvicos.
Os bebês podem estar em 2 posições:
· Pelve flexionada e pernas estendidas (Frank): bebê fica dobradinho ao meio
· Pélvico completo: pernas saem primeiro
A melhor posição para o parto é a de 4 apoios (posição vertical da pelve), não tem problema se ombros nascem primeiro que a cabeça, pois o cordão não estará tracionado. Se ela está vertical, o médico que está atrás consegue ver o rosto do bebê que nascerá de frente para o profissional. É considerado um parto mais prolongado, pode perder o poder de contração e aí precisará de alguma intervenção com manobras. O médico nunca deverá puxar o seu bebê e sim empurrar os ombros quando necessário para ajudar a cabeça sair.
A presença de mecônio é normal ocorrer no parto pélvico quando o quadril do bebê sair.
A situação mais grave que pode ocorrer no parto pélvico é a distócia de ombro. Quando um braço/ombro fica preso no osso do quadril da mãe e a cabeça do bebê não consegue sair. Como poucos médicos realizam esse procedimento, tenha certeza que esse obstetra é um profissional muito bom e atualizado na medicina baseada em evidência, ele então saberá fazer a manobra de rotação do corpo do bebê para que esse braço se desprenda.
Pronto! O bebê nascerá naturalmente e virá para os seus braços por debaixo das suas pernas ainda preso pelo cordão.
O parto pélvico é injustiçado pela ignorância da grande maioria. É apenas uma variação da normalidade! Nenhum tipo de parto por via baixa pode ser comparado a uma cirurgia de grande porte que é a cesárea. Portanto, se o seu bebê estiver sentado no final da gestação e seu médico não assiste partos pélvicos, converse com um outro profissional que o faça, tente a VCE, se informe, e garanta o melhor para você e o seu bebê.
Commentaires